1519 - 1605 |
"...Em primeiro lugar, como aludimos antes, a Lei é natural para o homem. Deus a imprimiu em seu coração desde a criação (Rm 1:32; 2:14,15). Quando, muito tempo depois Deus fez e exibiu as duas Tábuas da Lei, não foi para fazer uma nova lei, mas para restaurar nosso conhecimento original da lei natural que, por causa da corrupção do pecado, foi pouco a pouco, sendo removido do coração do homem (Rm 7:8,9). Mas o Evangelho é uma doutrina sobrenatural, a qual nossa natureza nunca poderia ser capaz de imaginar, nem aprovar, sem uma especial graça de Deus (1 Co 1:23; 2:14). Mas, o Senhor a revelou primeiramente a Adão, logo depois de seu pecado, como Moisés declara em Gn 3:15; posteriormente aos patriarcas e aos profetas em degraus crescentes como melhor Lhe parecia (Rm 1:2; Lc 1:55, 70), até o dia em que Ele manifestou Jesus Cristo em Pessoa. Ele claramente anunciou e realizou tudo o que está contido no Evangelho (Jo 15:15; 6:38). Este Evangelho é revelado por Deus ainda hoje e será revelado até o fim do mundo, através da pregação instituída em sua Igreja (Jo 17:18; Mt 28:20; 2 Co 5:20).
Em segundo lugar, a Lei nos revela a majestade e a justiça de Deus (Hb 12:18-21). 0 Evangelho nos mostra esta mesma justiça, mas lá ela é apaziguada e satisfeita pela misericórdia manifestada em Cristo (Hb 12:22-24).
Em terceiro lugar, a Lei nos envia a nos mesmos, a fim de realizarmos a justiça que nos ordena, ou seja, a perfeita obediência aos seus mandamentos, o que e necessário a fim de escapar da culpa. Desta forma, ela nos mostra nossa maldição e nos sujeita a ela, como o apóstolo declara (Rm3:20; Gl 3:10-12). Mas o Evangelho nos ensina onde achar aquilo que não temos, e tendo achado, nos ensina como ser capaz de desfrutá-lo. Desta forma Ele nos resgata da maldição da Lei (Rm 3:21,22; Gl 3:13,14).
Concluindo, a Lei declara que somos abençoados quando a cumprimos sem omitir nada; o Evangelho nos promete salvação quando cremos, ou seja, quando, pela fé, nos agarramos a Jesus Cristo que tem tudo o que carecemos e muito mais do que necessitamos. Estas duas condições - fazer o que a Lei ordena, ou crer que Deus nos oferece em Jesus Cristo - são duas coisas que são, não somente muito difíceis, mas totalmente impossíveis para a nossa natureza corrupta; não podemos nem mesmo compreender, como o apóstolo Paulo diz em 2 Co 3;5 e Fp 1:29. Por isso é necessário adicionar uma quarta diferença entre a Lei e o Evangelho.
Assim sendo, a quarta diferença entre a Lei e o Evangelho é que a Lei , por ela mesma, pode somente nos mostrar e nos fazer ver nossa maldade aumentada e agravar nossa condenação; não por qualquer culpa dela (da Lei), pois ela e boa e santa, mas por causa da nossa natureza corrupta, corroída pelo pecado, ela nos reprova e ameaça, como o apóstolo Paulo declara, através de seu próprio exemplo (Rm 7:7-14). Mas o Evangelho não somente nos mostra o remédio contra a maldição da lei mas é, ao mesmo tempo, acompanhado pelo poder do Espírito Santo que nos regenera e nos transforma (como dissemos acima); pois Ele cria em nós o instrumento e o único meio de aplicação deste remédio (At 26:17-18)."...
Em segundo lugar, a Lei nos revela a majestade e a justiça de Deus (Hb 12:18-21). 0 Evangelho nos mostra esta mesma justiça, mas lá ela é apaziguada e satisfeita pela misericórdia manifestada em Cristo (Hb 12:22-24).
Em terceiro lugar, a Lei nos envia a nos mesmos, a fim de realizarmos a justiça que nos ordena, ou seja, a perfeita obediência aos seus mandamentos, o que e necessário a fim de escapar da culpa. Desta forma, ela nos mostra nossa maldição e nos sujeita a ela, como o apóstolo declara (Rm3:20; Gl 3:10-12). Mas o Evangelho nos ensina onde achar aquilo que não temos, e tendo achado, nos ensina como ser capaz de desfrutá-lo. Desta forma Ele nos resgata da maldição da Lei (Rm 3:21,22; Gl 3:13,14).
Concluindo, a Lei declara que somos abençoados quando a cumprimos sem omitir nada; o Evangelho nos promete salvação quando cremos, ou seja, quando, pela fé, nos agarramos a Jesus Cristo que tem tudo o que carecemos e muito mais do que necessitamos. Estas duas condições - fazer o que a Lei ordena, ou crer que Deus nos oferece em Jesus Cristo - são duas coisas que são, não somente muito difíceis, mas totalmente impossíveis para a nossa natureza corrupta; não podemos nem mesmo compreender, como o apóstolo Paulo diz em 2 Co 3;5 e Fp 1:29. Por isso é necessário adicionar uma quarta diferença entre a Lei e o Evangelho.
Assim sendo, a quarta diferença entre a Lei e o Evangelho é que a Lei , por ela mesma, pode somente nos mostrar e nos fazer ver nossa maldade aumentada e agravar nossa condenação; não por qualquer culpa dela (da Lei), pois ela e boa e santa, mas por causa da nossa natureza corrupta, corroída pelo pecado, ela nos reprova e ameaça, como o apóstolo Paulo declara, através de seu próprio exemplo (Rm 7:7-14). Mas o Evangelho não somente nos mostra o remédio contra a maldição da lei mas é, ao mesmo tempo, acompanhado pelo poder do Espírito Santo que nos regenera e nos transforma (como dissemos acima); pois Ele cria em nós o instrumento e o único meio de aplicação deste remédio (At 26:17-18)."...
Theodore Beza - As Duas Partes da Palavra de Deus: Lei & Evangelho
Fonte - Monergismo
Categories:
Lei de Deus,
Theodore Beza